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À CONVERSA COM CLAUDINEI SEVEGNANI

A escrever desde pequeno!

Claudinei Sevegnani descreve-se como sendo um curioso nato. Nasceu a 25 de Janeiro de 1989 e gosta de correr, ler, ver séries e filmes, assistir a espectáculos de dança e teatro, não dispensa uma mesa cheia de amigos e claro, é apaixonado pela escrita. A sua profissão é professor de teatro e já publicou um livro com a Chiado Editora – "Central de histórias".

Débora: Quando é que começou a escrever?


Claudinei: Comecei a escrever ainda na infância. Lembro-me de sentir um prazer muito grande escrevendo pequenas histórias. A minha mãe e o meu pai foram grandes incentivadores ainda na infância. Já na adolescência esse gosto pela escrita foi se refinando mais com o apoio do meu irmão mais velho, que um dia me emprestou sua máquina de escrever e disse para eu escrever uma história depois de ter me aguçado as ideias com histórias de vários livros que ele tinha lido. A minha irmã, foi um pouco mais tarde, que passou a ser a minha leitora mais assídua, me ajudando a guiar as minhas vontades. Foi bem nesse seio familiar que a vontade de escrever foi sendo construída e desenvolvida.


Débora: Como surgiu a ideia de publicar um livro?


Claudinei: Foi uma vontade que me moveu. Eu tinha a história pronta desde 2013, e busquei por uma editora. Quis publicar para poder tirar da gaveta, para fazer circular, para mostrar às outras pessoas. Afinal, há que gente precisa compartilhar aquilo que a gente acha que vale a pena ser compartilhado. Por isso, a ideia da publicação.


Débora: Quando se apercebeu que tinha uma editora interessada em si, como foi?


Claudinei: Eu enviei o original e eles me responderam algum tempo depois com resposta positiva. Fiquei feliz em saber que poderia publicar o livro através da editora.


Débora: Como foi depois todo o processo de edição?


Claudinei: O processo todo foi bem tranquilo e bem claro. Foram alguns meses até o livro ser publicado.


Débora: Porquê o nome "Central de histórias"?


Claudinei: Porque é o nome da rede de computadores responsável pelo processamento de histórias diversas. O nome do livro é o nome desse sistema que funcionava como uma espécie de modificador de percursos de vida, bastando apenas submeter algum tipo de pedido e dados específicos para a concretização do desejo. Uma espécie de lâmpada mágica, porém através de um sistema tecnológico computacional. A "Central de histórias" tinha muitas subcentrais, digamos assim, espalhadas pelo mundo. A história do livro trata de uma dessas centrais sobreviventes.


Débora: Como foi que reagiram as pessoas mais próximas de si quando lhe disse que ia publicar um livro?


Claudinei: Ficaram contentes e ansiosas para ver o resultado.


Débora: Qual o seu escritor preferido dentro de cada género literário?


Claudinei: Dentro de cada gênero literário é muita coisa. Eu prefiro ir dando alguns nomes. Vamos lá: Ana Cristina César, Waly Salomão, Virginia Woolf, José Saramago, Clarice Lispector, Gertrude Stein.


Débora: Está a sua profissão relacionada com a escrita? Seguiu teatro porquê? Foi por causa de gostar de escrever?


Claudinei: Não. Claro que em teatro existe texto, existe construção de dramaturgias diversas, mas não segui teatro por causa da escrita. Fiz teatro porque também é algo que gosto de fazer, e claro que acabo experimentando muita coisa da escrita fazendo teatro, mas eu sei que teatro não se faz apenas através de textos. O teatro se transforma também, e há vertentes em teatro que pesquisam outros tipos de relações e que reconstroem um sentido de dramaturgia, não mais aquela dramaturgia estritamente vinda de um texto estático. Há dramaturgias que se constroem no processo, e dramaturgia pode ser um termo mais abrangente que se desloca da referência estritamente textual, do texto dado como algo prévio. Enfim, eu acho que escrita e teatro, em mim, acabam estabelecendo relações muito fortes. E ainda e bem forte eu tenho a dança. Sou Mestre em Dança. São linguagens diferentes, a dança, o teatro, a escrita, mas existe uma conversa entre essas linguagens. Nunca uma coisa substitui a outra, nunca uma coisa pode ser a substituição da outra. O que essas linguagens fazem é um diálogo, elas se relacionam, se tencionam, e podem provocar transformações umas nas outras. Se a gente pensar na tradução de uma obra, por exemplo, essa tradução não substitui a obra escrita na sua língua, ela é uma tradução que dá a ideia do que aquela coisa pode ser, mas não é aquela coisa específica. Um filme baseado num livro também não é substituição. Por isso que a gente pode se deparar com muitas questões. Enfim, acho que viajei um pouco.


Débora: Então temos aqui três áreas: a escrita, o teatro e a dança, em que momento é que acha que elas se ligam? Interagem entre si?


Claudinei: É difícil explicar isso, na verdade não consigo explicar isso agora. A interação acontece de um mundo quase invisível, porque tudo ou quase tudo que a gente faz se relaciona com outra coisa de alguma maneira. Mas não sei como responder isso melhor.


Débora: O que diz o seu coração?


Claudinei: Eu acho que todo mundo tem algo a dizer. Eu acho que todo mundo tem algo para mostrar. E eu acho que todo mundo tem algo para compartilhar. Que possamos viver várias histórias.


Debora: Obrigada, muito sucesso para si.


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Foto: Concebida pelo autor


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