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À CONVERSA COM CAROLINA PASCOAL

Nomeação para a Escritora do Ano!

Carolina Pascoal nasceu a 21 de Dezembro de 1992 e descreve-se como uma pessoa sonhadora, determinada e, acima de tudo, apaixonada. Gosta de acreditar que é no amor genuíno que reside a solução para grande parte dos nossos problemas. De entre os seus passatempos destaca: a leitura, o cinema, a escrita, a música, a psicologia, viajar e o desporto. É psicóloga clínica e o seu primeiro e até então único livro publicado chama-se "Para sempre não é muito tempo", publicado pela Editora Capital Books no mês de Maio do ano passado.

Débora: Quando é que ganhou o gosto pela escrita?


Carolina: O meu gosto pela escrita começou muito nova, era habitual comprar cadernos de linhas e escrever histórias. Escrevia sobre tudo, naquela que era uma escrita muito infantilizada e "pobre", mas que já indiciava o meu gosto. Lembro-me que quando andava na escola escrevi uma mini história sobre fadas, eu e uma amiga quisemos escrever um livro do Harry Potter, no seguimento da história. Depois, entre o 7º e o 9º ano ganhei dois concursos literários na categoria de prosa, primeiro lugar. Sempre fui muito incentivada a escrever por amigos e familiares. Tive um blog, participei em jornais da escola, na revista universitária de Psicologia. Ou seja, o gosto sempre esteve lá, desde muito nova, e culminou com a publicação do primeiro livro.


Débora: E como surgiu a publicação do livro?


Carolina: Comecei a escrever o "Para sempre não é muito tempo" em Novembro de 2015. Em Dezembro de 2016, no final do mês, a história estava concluída. Foi um processo rápido, porque eu tinha muito tempo livre para me dedicar à história, em virtude de estar à procura de estágio profissional no meu ramo. Escrevia tardes inteiras e pela noite a dentro, uma vez que me apaixonei pelo enredo e pelas personagens e soube logo desde cedo como queria concluir a história. Depois, aconselhada por amigos e familiares que foram lendo, decidi-me a enviá-la para algumas editoras, tendo posteriormente optado pela Capital Books. Seguidamente andámos em negociações, relativamente às burocracias contratuais, a escolha da capa do livro, tudo isso. E depois foi agendar as primeiras apresentações, na feira do livro de Lisboa e no casino da Figueira da Foz, que foram um sucesso.


Débora: Porquê “Para sempre não é muito tempo”?


Carolina: O livro fala do amor romântico. Não que esse seja o único tipo de amor disponível, ou o mais importante de entre todos os restantes, mas foi nele que peguei para contar a minha história. É a história de um homem, chamado Gonçalo, que é apaixonado por uma mulher chamada Leonor. Mas o casamento deles encontra algumas dificuldades, principalmente porque por uma conjugação de fatores o Gonçalo acaba por mergulhar numa depressão. A Leonor decide sair de casa, porque tem receio de adoecer também, nas mãos da inércia do marido. O resto, todas as voltas que a história dá, terão de conhecer por vocês mesmos. Mas falamos de segundas oportunidades, de solavancos amorosos, de perdão, mas também muita mágoa e saudade. O título ilustra o final do livro, por isso não me posso alongar muito. É precisamente com o título do livro, que o mesmo termina. É a última frase.


Débora: No que se inspira para escrever? Recorre a algum escritor para buscar “ideias”? Já agora, quais autores são os seus preferidos?


Carolina: Para escrever baseio-me essencialmente naquelas que são as minhas principais experiências de vida. Toda a escrita acaba por, de certa forma, ser autobiográfica não é verdade? As nossas vivências e as vivências dos que nos são próximos ajudam-nos a dar tonalidade às nossas histórias. Também me inspiro em filmes, outra literatura. Gosto muito da Sophia de Mello Breyner. É possivelmente a minha autora portuguesa preferida, porque marcou a minha infância. Não encontro ninguém que consiga descrever de forma tão sentida a natureza, especialmente o mar, a praia. Depois gosto do António Lobo Antunes, do Valter Hugo Mãe, da Margarida Rebelo Pinto. É difícil dizer de quem gosto mais, são todos espectaculares.


Débora: Já alguma vez se deparou com alguém a ler o seu livro, por exemplo numa livraria, na praia, num transporte público, no café (...)? Como é que reagiu? Essa pessoa reconheceu-a? Como foi esse momento?


Carolina: Nunca aconteceu algo do género. Poderá um dia vir a acontecer, assim espero.


Débora: E, qual foi a recepção do público ao seu livro? Qual foi a coisa que um leitor já lhe disse e que mais a marcou?


Carolina: Foi muito boa! Eu fui muito acarinhada pelas pessoas, principalmente na minha cidade, toda a gente quis comprar um livro. As pessoas ligavam-me e diziam que o livro era a minha cara, que parecia que estavam a ter uma conversa comigo. Apesar de nunca ter ouvido uma crítica negativa, havia pessoas que achavam que o final era "injusto", mas eu já estava à espera de algo assim, era um risco que queria correr, porque o livro teria de ser assim. Houve uma menina que me pediu para apresentá-lo na aula de português, fiquei muito feliz mesmo. E depois recebi convites para ir a escolas falar de literatura, algo que me deixou também muito feliz. Acho que a coisa que me disseram que mais me marcou foi efectivamente que foi das histórias mais bonitas que já tinham lido.


Débora: Como foi ir às escolas? Como foi falar de livros aos mais jovens? Também acha que a literatura, principalmente por parte dos mais jovens, está casa vez mais escassa no nosso país?


Carolina: Eu ainda não fui, irei durante a semana da literatura. Penso que é entre 27 de Março e 10 de Abril. A primeira visita será dia 27 de Março, numa escola das Alhadas. Acho, e é precisamente por isso que aceitei o convite com muita alegria e orgulho, porque gostaria de ter um pequeno papel na reversão dessa situação.


Débora: Tem novidades para breve? Outro livro?


Carolina: Eu tenho outro livro escrito. Mas como estou a pensar mudar de editora, para já estou em banho maria com ele. Também ainda penso que é cedo, neste momento estou envolvida num projeto mais "cinematográfico", ando a escrever um guião para um colega, e vamos ver no que dá, no que conseguiremos fazer com ele. Aproveito para dizer que no dia 8 de Abril estarei presenta na Gala da Figueira TV, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, enquanto nomeada a Escritora do Ano.


Débora: Quais as expectativas para a nomeação de escritora do ano? Quais os sentimentos?


Carolina: Sinto algum nervosismo, para dizer a verdade. Quando eu comecei a escrever a história nem sequer pensei em publicá-la, e agora tudo isto tomou proporções grandes. É claro que gostei da nomeação, deixou-me orgulhosa. Espero conseguir ganhar. Mas mesmo que tal não se verifique, não faz mal. Porque só o reconhecimento é importante.


Débora: O que diz o seu coração?


Carolina: O meu coração diz-me para eu continuar sempre a acreditar no amor, independentemente de tudo o que a vida tenta impor-nos, para que deixemos de ouvi-lo.


Débora: O que gostaria de dizer para finalizar esta entrevista?


Carolina: Gostaria de aconselhar as pessoas a acreditarem em segundas oportunidades nas suas vidas. Às vezes, aquilo que se passa, é que vivemos aprisionados em contextos que nos sugam, e assim torna-se fácil viver na hora e lugar errado, mas para tudo na vida existe um tempo, e devemos saber aguardar por ele. É importante que nesse caminho, sejamos capaz de nos amar a nós próprios, mais ainda do que aos outros. Só vivendo esse amor com plenitude podemos amar todas as outras pessoas com compaixão, e lutar pela nossa felicidade.


Débora: Obrigada, muito sucesso para si!


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Foto: Concebida pela autora


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