À CONVERSA COM IAGO VICTOR
O essencial é amar!
Iago Victor nasceu a 26 de Julho de 1994 e é um romântico, companheiro e cavalheiro. Gosta de tocar guitarra e escrever. Está a estudar para futuramente ser professor de literatura e já editou dois livros: "Queda livre" em Agosto de 2015 com a Multifoco Editora e "Poison minds" em Outubro de 2015 publicado através do seu blog.
Débora: Qual o livro que já leu até hoje e mais o marcou?
Iago: Sem dúvida foi o livro "O teorema Katherine", ele mudou minha forma de ver o amor e o romance, ao ler eu me via como o próprio Colin. Sem dúvidas ele foi o primeiro livro que marcou minha vida.
Débora: Quando começou a escrever?
Iago: Eu escrevia desde menino, tinha sonhos malucos e para esvaziar minha cabeça eu os escrevia, tinha 12 anos mais ou menos quando isso aconteceu. Ali eu percebi que escrever era divertido, escrever é dar asas e criar um mundo novo onde tudo pode ser perfeito. Depois de ler "O teorema Katherine" eu acabei me apaixonando ainda mais por literatura e pensei que se eu gosto das minhas loucuras e dos meus sonhos, alguém mais também poderia gostar e aí eu comecei de facto com a carreira de escritor.
Débora: Como descreve a sua escrita?
Iago: Minha escrita no começo era voltada apenas para o romance, no entanto depois de me aprofundar em questões sociais eu percebi que poderia usar o romance para consciencializar as pessoas, tanto que no meu primeiro livro “Queda livre” que é de facto um romance eu abordo temas como desigualdade social, uso de drogas, violência, o preconceito das formas mais visíveis na nossa sociedade. Se eu pudesse descrever minha escrita eu diria que sou um romancista que aborda a realidade de uma forma inovadora.
Débora: Como surgiu o blog "Fixação literária"?
Iago: Eu fazia parte de um grupo de escritores em meados de Abril de 2015 no Whatsapp e depois de uns dias nós começamos a conversar bastante, todos éramos autores mas nenhum de nós publicava nada, em meio a isso eu tomei iniciativa junto a um amigo e decidimos criar um blogue onde escreveríamos sobre tudo o que a literatura tem a nos oferecer, a ideia foi ganhando forma e quando percebemos depois de algumas reuniões a equipe que inicialmente era composta por mim e pelo Anderson (outro fundador) acabou se formando com 6 integrantes, cada um de um lugar e com uma ideia diferente que acabou se encaixando perfeitamente, e assim eu acabei me tornando um dos fundadores da “Fixação literária”.
Débora: Quando é que decidiu publicar um livro?
Iago: A ideia do meu próprio livro já era um tanto quanto antiga, desde 2013 eu já comecei a escrever com a ideia de publicar um livro, e essa ideia surgiu quando eu ainda cursava a média escola (ensino médio aqui no Brasil) onde eu mostrei um texto meu para uma garota e ela disse que o texto estava excelente e que eu poderia ter futuro nisso, no mesmo ano eu já comecei a rascunhar a história que deu origem a minha primeira obra.
Débora: Como decorreu o processo de edição?
Iago: No Brasil o processo de edição é muito complicado, depois de escrever o livro você acaba esperando por meses na resposta de editoras, como esse mercado no Brasil é pouco explorado as editoras pouco se interessam por autores desconhecidos e muitas delas acabam fazendo o próprio autor pagar pela publicação e isso afecta muito os novos autores desconhecidos. Eu comecei a enviar minha obra para diversas editoras em Janeiro de 2015 e de dez editoras que contactei apenas três se dispuseram a publicar, no entanto eu deveria pagar pelo processo de publicação. Eu recusei e depois de pesquisar muito encontrei outra editora que foi a Multifoco que me apresentou o projecto de publicação e decidiu comprar minha ideia sem que eu tivesse de pagar pela publicação, e assim nós fechamos contrato e alguns meses depois o livro foi lançado. Em Agosto finalizamos o processo de edição e em Setembro fizemos o lançamento da obra. Mas ainda retomando o processo de edição no Brasil, escritores desconhecidos são prejudicados por conta dessas implicações editoriais, uma das editoras que inicialmente disse que iria publicar meu livro me informou que eu teria de pagar o equivalente a 14 mil reais para publicar meu livro, outra editora me estipulou o valor de 10 mil, e mediante a isso os autores pouco têm a fazer senão esperar pela sorte de encontrarem uma editora que lhes compre a ideia e que goste de seu trabalho.
Débora: Como surgiram os títulos?
Iago: Inicialmente o nome do meu primeiro livro era "Pague minha fiança" e contava a história de um grupo de amigos que se aventuravam pelo mundo, mas depois de um tempo a história se desenhou em um romance e aí o nome já não servia mais, quando estava escrevendo o último capitulo eu tive uma ideia meio maluca sobre o amor e a forma com que ele acontece... O amor acontece de uma hora para a outra e tira o nosso fôlego de tal forma e nos deixa tão extasiados que nos sentimos em queda livre no ar, e dessa expressão surgiu o nome "Queda livre". O meu segundo livro surgiu de forma repentina também, eu tive a ideia de criar um drama/suspense que tratasse dos extintos humanos da forma mais pura possível e eu pensei “somente alguém com a mente distorcida da realidade poderia pensar como esses personagens, parece que eles são envenenados por suas próprias mentes e os conduzem a agir dessa forma”, e nesse pensamento me veio a ideia de chamar a obra de “Mentes envenenadas” mas como no Brasil existe a tendência por maior repercussão de nomes estrangeiros eu passei o título para o inglês e se tornou "Poison minds".
Débora: No que se inspira?
Iago: Eu me inspiro na sociedade, em como ela trata as pessoas que nela vivem. Da sociedade eu retiro as críticas que faço na minha escrita. Do amor que vivo e dos que eu já vivi eu retiro o meu romance, o drama, a angústia, a felicidade. Se por um lado eu me inspiro na realidade cruel da vida, por outro eu me inspiro no amor em seu sentido mais puro e dele retiro o meu talento e dou vida a meus escritos.
Débora: Qual dos dois livros que já publicou, gostou mais de escrever e porquê?
Iago: O livro que mais gostei de escrever sem dúvida foi “Queda livre”, por diversos factores. Foi o meu primeiro livro, ele conta basicamente a história da minha vida do meu ponto de vista e contado de uma forma cómica, ele explora bem a minha visão sobre a vida e o amor, todas as formas de amor que existem, fora que ele possui também uma série de lições de vida e moral que modifica meus leitores e que os faz reflectir sobre a própria vida. Por esses motivos ele acaba sendo o meu preferido e o que mais me deu gosto em escrever até agora.
Débora: O que diz o seu coração?
Iago: Meu coração é poeta, pela minha boca saem os dizeres de paixão que almejo viver, meu coração diz que o amor tem de ser vivido com intensidade e fidelidade, que mesmo que um amor enfraqueça essa chama pode se acender de novo e que o amor puro transcende as eras, um amor puro como o que eu quero que as pessoas vivam, um amor que nasceu em meus sonhos e que meu coração me obriga a viver, porque bombear sangue é a segunda função do coração de um escritor, porque a primeira, principalmente para mim, é amar.
Débora: O que gostaria de dizer para finalizar esta entrevista?
Iago: Eu gostaria de agradecer a todos principalmente, muitos não conhecem meu trabalho e seria magnifico para mim poder contribuir na vida dessas pessoas com a minha forma de arte, e dizer também que não desistam de seus sonhos e de seus amores porque uma vida sem sonhos não é vida, seria simplesmente existir. E uma vida sem amor não é o castigo de todos aqueles que não sabem amar, então amem de coração e desfrutem desse amor, porque sem amor, para mim ao menos, não se vale a pena viver.
Débora: Obrigada, muito sucesso para si!
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Foto: Concebida pelo autor