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À CONVERSA COM JOÃO DIEGUES

Apaixonou-se por Fernando Pessoa!

João Diegues é um lutador e sonhador. Nasceu a 15 de Maio de 1995 e gosta de música, tirar fotografias e escrever. Já trabalhou em várias áreas: restauração, construção civil e já actuou em concertos. Publicou em 2013 o seu primeiro livro "Caminhos da primavera" e em 2015 "O reencontro".

Débora: Quando é que nasceu a paixão pela escrita?


João: No meu 12º ano, após estudar Fernando Pessoa, pesquisei toda a vida dele, e fascinou-me a escrita. Já escrevia antes, desde pequeno que sempre fiz as maiores redacções nos testes, e imaginava histórias a toda a hora. Mas só a partir do 12º ano é que comecei a escrever poesia, e em Maio tudo começou, um amigo meu incitou-me a enviar os poemas para uma editor e eles gostaram.


Débora: Como é que decorreu esse processo? Foi fácil ou difícil?


João: Escrever foi fácil, e é fácil, mas editar nem por isso, é preciso ter meios financeiros para tal, e para um rapaz que após ter os pais separados, tem que mudar de vida, e vir para outra escola, trabalhar para se governar a ele e à mãe... Depois de ficar sem nada. Foi difícil, mas não devemos desistir.


Débora: Onde foi buscar força para não desistir?


João: No fundo sempre fui assim lutador, mas sem dúvida que foi no meu avô que faleceu já há 5 anos, foi nele que fui buscar todo o apoio, escrevendo o romance para ele.


Débora: "O reencontro"? E, o que foi que reencontrou com este romance?


João: Reencontrei o meu avô num sonho! Num desejo que sempre terei! Um sonho, um desejo, algo que eu queria que acontecesse...


Débora: Então o seu avô é a sua inspiração?


João: Sim, sem dúvida!


Débora: E, só na escrita ou também na música? Porque sim também é cantor, certo?


João: Sim, cantor, pianista, guitarrista, baixista, baterista e acordeonista.


Débora: Junta-se o escritor e é o homem dos sete ofícios. Como é que concilia tudo isto?


João: Dormindo 3 a 4 horas por dia, para poder trabalhar, tocar, fazer fotografia, e voltar a estudar agora.


Débora: Na escrita, haverá novidades?


João: Após o 3º livro, que já estou a escrever numa co-edição, escreverei apenas para mim!


Débora: Primeiro, o que é que podemos saber desse 3º livro?


João: Ainda está no início, será algo mais verídico, com factos históricos sobre um tema que marcou todo o povo português!


Débora: E agora, porque é que será esse o seu último livro?


João: Último não direi, mas parar por algum tempo, porque apesar de as vendas darem para cobrir os custos, não vale a pena editar livros nesta cidade (Bragança)! Apenas para gastar dinheiro e para realização pessoal e de amigos, mas para isso é preciso dinheiro, e ele é preciso para viver!


Débora: Sente-se muito desvalorizado na sua cidade?


João: Já me chega ser valorizado pelas pessoas que me acompanham! O resto é o resto.


Débora: O que acha que deveria mudar para ter vontade de continuar a escrever e posteriormente publicar?


João: Primeiro a aderência, apoios na aquisição mas sobretudo na divulgação, por parte da câmara, principalmente professores, supostamente pessoas cultas, que conotamos que apoiam a cultura, mas a maior parte que convidei, sendo alguns meus professores inclusive, nem uma resposta dera municipal de algo que é da terra! A abertura da mentalidade de 90 % da população daqui.


Débora: Mudando um pouco o assunto, o que é que mais gosta de escrever? Poesia ou prosa?


João: Poesia. Algo que não se explica. Sinto-me mais à vontade, a escrita flui como se fosse alguém dentro de mim que escreve, quase sem pensar...Na prosa já é algo não tão natural.


Débora: Como descreve a sua escrita?


João: Na prosa, escrita simples, ligada às minhas origens, para todos, para todas as gerações. A poesia mais complexo, feito apenas para quem gosta de poesia, para quem se identifique.


Débora: Como é que acha que as pessoas interpretam a sua poesia?


João: Cada um à sua maneira! Tenho poemas românticos, poemas dramáticos, poemas de homenagem, poemas tristes, poemas de felicidade, é um livro que retrata a minha vida, naquele tempo, todos os problemas que passei, os apoios, a solidão, o choro, e no final, o princípio da ultrapassagem desses problemas.


Débora: Escrever o livro "Caminhos da primavera" ajudou-o a ultrapassar aquela fase?


João: Sim. Foi o meu escape para toda a revolta, todo o sofrimento.


Débora: O que diz o seu coração?


João: Para escrever para mim primeiro!


Débora: O que gostaria de dizer para finalizar esta entrevista?


João: Que acreditem sempre nos sonhos, lutem, na medida do possível e nunca desistam de ser felizes.


Débora: Obrigada, muito sucesso para si!


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Foto: Concebida pelo autor


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