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À CONVERSA COM JOSÉ ALBERTO

O incentivo foi da mãe!

José Casado Alberto nasceu a 11 de Novembro de 1990, é imaginativo e efusivo. Gosta de jogar basquetebol, ouvir música e como não poderia deixar de ser adora ler. Publicou o seu primeiro livro em Outubro de 2015 com a Chiado Editora – "Segundo a lei da arma".

Débora: Como surgiu o gosto pela escrita?


José: O meu gosto pela literatura surgiu desde cedo, ainda antes de saber ler. Recusava-me a adormecer sem que um dos meus pais, ou o meu irmão, me lessem uma qualquer história ou conto. O gosto continuou (obviamente até aos dias de hoje), sendo uma das principais, senão a principal, faceta do meu quotidiano. Quanto à escrita propriamente dita. Por muito que amasse a leitura, nunca pensei em escrever. Até que um dia, tinha por volta dos meus 21 ou 22 anos (já na universidade), falava com a minha mãe de um qualquer livro que acabara de ler (qual era já não me recordo), e ela, já há muito ciente do entusiasmo com que eu encarava a literatura me disse: “porque não experimentas escrever tu um livro.” Por estranho que parece, nunca me tinha passado pela cabeça tal ideia. Foi então que decidi iniciar-me na escrita criativa. E, agora, não me vejo a fazer outra coisa.


Débora: Então lançar o livro foi algo que aconteceu assim de repente?


José: Quando me iniciei na escrita, foi com ideias talvez demasiado grandiosas. Como ávido leitor de ficção científica (Frank Herbert) e fantasia (Robert Jordan e George R R Martin), comecei a desenvolver um saga de fantasia épica de vários livros, tendo criado quase todo o enredo de um primeiro livro. Contudo, tal empreitada tornou-se demasiado grandiosa e esmagadora e portanto decidi deixá-la em standby (à qual pretendo regressar num futuro próximo), e focar-me numa história com um foco mais restrito. Escrevi dois livros, aquele que agora lancei “Segundo a lei da arma”, e outro que espero também editar no futuro.


Débora: Teria arriscado publicar o livro se não tivesse sido a sua mãe a sugerir-lhe a ideia?


José: Provavelmente não, como referi, a ideia de escrever um livro nunca sequer me tinha entrado na cabeça.


Débora: Foi fácil publicar o livro, como foi o processo?


José: Quando decidi finalmente publicar, à volta de 6/7 meses atrás, enviei o manuscrito, por e-mail, a várias editoras. Algumas rejeitaram, a maioria optou por não responder, e pelo menos três aceitaram o meu trabalho. Por fim, após comparar as condições das respostas afirmativas, optei pela Chiado Editora. A partir daí, foram revisões, alguma burocracia (especialmente em relação à marcação do evento de lançamento na Biblioteca Municipal de Aveiro - a minha cidade), e a criação de uma capa apropriada. Resta-me batalhar quanto à divulgação do livro.


Débora: E, como foi que reagiram as pessoas mais próximas de si, visto que lançar um livro nunca tinha sido motivo de conversa?


José: Tenho de admitir que gosto (demasiado, talvez) de atenção e do ter o meu ego massajado. Isto manifestou-se de duas maneiras: o facto de escrever com a certeza de que iria ser publicado. Ideia não motivada por confiança propriamente dita, mas pelo facto de eu me recusar a conceber o contrário (lá está a minha necessidade de atenção.) Quando comecei a escrever comecei a mencionar aos meus amigos todos o facto de querer tornar-me escritor. À excepção da minha mãe, que sempre manteve a atitude de "se outros conseguem e porque não tu", a maioria viu este meu novo rume de vida com alguma apatia e incredulidade, tendo em conta que eu sou propenso à modas e obsessões de curta duração. Na maioria dos casos, só quando eu finalmente fui aceite para publicação, começaram a realmente perceber que eu queria mesmo, e iria mesmo, editar um livro. Parece que pelo menos um das minhas "obsessões" ganhou raízes.


Débora: Como foi ter pela primeira vez nas suas mãos um livro da sua autoria? Como se sentiu?


José: Como é óbvio, senti a felicidade intrínseca à concretização de qualquer projecto de longa data, acho que todos nós gostámos de ver uma criação nossa à solta no mundo. Mas devo dizer que não foi uma euforia ora assim tão intensa ou duradoura, pois, e aqui talvez entrem em jogo as minhas ilusões de grandeza, considerei que era apenas um primeiro passo numa jornada mais longa e árdua.


Débora: Como descreve o seu livro?


José: Uma mistura de westerns do Sérgio Leone ("O bom, o mau e o vilão", "Era uma vez no oeste", etc) e baladas de pistoleiros encontradas na música country americana dos anos 60 e 70.


Débora: Tem outros "locais" onde publica coisas suas, por exemplo blogues, jornais (...)?


José: Por enquanto, ainda não. Mas tenho planos futuros para a criação do meu próprio site onde publicarei opiniões (escritas e talvez em formato vídeo) e talvez até algumas podcasts com conteúdo histórico. De resto, só o futuro o dirá.


Débora: O que diz o seu coração?


José: Como membro masculino da raça humana, sinto-me um pouco constrangido a responder a essa pergunta. Em primeiro lugar, dir-me-ia para não consumir tanto colesterol e gorduras saturadas. Em segundo (brincadeiras à parte), diria que, quer na escrita quer na minha participação no mundo real, devo manter, acima de tudo, algum semblante de honestidade. A manutenção de falsas aparências é uma empreitada demasiado cansativa, mesmo que por vezes pareça interesseiramente conveniente.


Débora: O que gostaria de dizer para finalizar esta entrevista?


José: Em primeiro lugar, quero agradecer a atenção concedida, quer de quem lê, como de quem decidiu entrevistar este novato e desconhecido autor. Em segundo, espero que tenham gostado do que leram e que, de alguma forma, as tenha convencido explorar e adquirir o meu livro inaugural. Por último, que continuem a navegar esta nossa existência cósmica com o maior dos sucessos.


Débora: Obrigada, muito sucesso para si!


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Foto: Concebida pelo autor


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