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À CONVERSA COM ADELAIDE MIRANDA

Alma de poeta!

Adelaide Miranda uma pessoa que se considera em constante movimento, gosta de observar a natureza, nomeadamente a praia e o pôr do sol. É licenciada em Engenharia Química e trabalha como Engenheira de Processo e Segurança Técnica na Industria de Petróleo Offshore, é também, socia-gerente na empresa Imobiliária Luso Star Apartments, é CEO Admira Solutions na empresa de consultoria de engenharia e de formação técnica profissional, é a representante WilsonP e é escritora. O seu primeiro livro a ser publicado foi “Referências Circulares - Exausta de Mim” pela Chiado Editora em Março 2015. Seguiu-se: “Bargained Soul – Nothingness” pela New Generation Publishing”, “Guia Prático da Carapinha” pela Capital Books, “Reflexos da Lua” pela Capital Books, “Referências Circulares - Sonho Amar” pela Chiado Editora e “Amor Traiçao e Kizomba” pela Capital Books que já foi traduzido para inglês. Para além disto, já publicou no jornal O Setubalense e na Revista Kizomba. Por fim, é a autora da rubrica “A alma por Trás de...”.

Débora: Quando é que ganhou o gosto pela escrita?


Adelaide: Escrevo poesia desde que me conheço como pessoa. Foi a minha terapia durante a adolescência e a minha libertação na fase adulta. Escrever, é para mim, tão natural como respirar.


Débora: Como é que surgiu a publicação do primeiro livro?


Adelaide: O primeiro livro foi publicado em Março de 2015. Em Novembro de 2014, iniciei a compilação dos meus poemas que estavam espalhados um pouco por todo o lado. Disquettes... Cds... Usb sticks... Um dossier em que tenho vários... Comecei a separar e a passa-los para o computador para não perder e um dia passar/mostrar ao meu filho. Reparei numa tendência para certos temas. Agrupei-os em seis grupos. Reparei que tinha material para um livro ou mais. Enviei para uma editora. Aceitaram no prazo de uma semana. E em Março estava cá fora. A compilação começou porque sentia um vazio... A falta de alguma coisa. No meio da corrida da vida esqueci-me da minha essência e da minha forma de terapia. Precisei de voltar a escrever. Precisava de pegar nos meus poemas e reencontrar a Adelaide. Aquela que não era a mãe, a esposa, a filha, a engenheira... Encontrar a Adelaide.... Eu!


Débora: Como foi esse reencontro? Como foi voltar a sentir a Adelaide que há dentro de si?


Adelaide: Emocionante! Revelador! Libertador!


Débora: Então o processo de edição não poderia ter corrido melhor, certo? Como foi que aconteceram as edições dos seguintes livros?


Adelaide: Aconteceu na hora certa. Surgiram de conversas - Guia Prático da Carapinha. Desafios - Reflexos da Lua. Sugestões - Amor Traicao e Kizomba. E da sede de partilhar, superar-me a mim mesma e recuperar o tempo perdido.


Débora: Como descreve a sua escrita?


Adelaide: Simples e fluída, sem muita preparação e edição. Escrevo por impulso. Nunca sei o que me espera num capítulo deixo simplesmente acontecer. E a minha poesia nunca é corrigida ou pensada. Como me foi ditada pelas almas de outras vidas, assim nasce nesta.


Débora: Escrevendo estilos literários diferentes com qual é que mais se identifica e porquê?


Adelaide: Eu escrevo mais que poesia e romance. Tenho uma rubrica cómica e já escrevi artigos e tenho um blog de entrevistas. Porém, a poesia é a escrita da alma. É aquela que vem do fundo e por vezes surpreende... Por vezes mesmo sorrindo por fora escrevo algo que me faz aperceber que estou chorando por dentro. É uma libertação de estados de espírito que não têm enredo nem horário. Acontece porque tem de acontecer.


Débora: E, qual é o livro da sua autoria que mais a caracteriza?


Adelaide: Referências Circulares, por ser um livro de poesia que descreve vários estados de espírito por mim vividos. Uma poesia muito pessoal e intimista. Romances: Reflexos da Lua. Sou uma eterna romântica. Quero acreditar que existe um amor eterno do qual mesmo que queiramos fugir não o consigamos evitar.


Débora: Como é que reagem as pessoas mais próximas de si ao facto de ser uma escritora? Isto é, quando lhes disse, por exemplo, que ia publicar um livro? Conte-nos um episódio que ache pertinente acerca de como é que as pessoas lidam com o facto de ser uma escritora.


Adelaide: As pessoas mais próximas de mim e que me conhecem acham natural. Ou seja, não foi uma surpresa. Sempre escrevi minihistórias, ou inventava histórias para os meus sobrinhos e quando era mais nova para as minhas irmãs. Se calhar a pergunta é mais porque é que sou engenheira. Ou porque não antes? Porquê só agora.


Débora: Então porquê só agora?


Adelaide: Porque... Porque a "escrita" não paga contas. Quando chegou a altura de escolher uma profissão a minha família achava que ser atriz, cantora ou escritora não paga as contas. Por mais que eu soubesse recitar o "Auto da Índia" de Gil Vicente, fosse a cantora de uma pequena banda musical ou escrevesse uns poemas nada disso iria permitir pagar as contas. Ou seja só sendo médica ou engenheira poderia ter um futuro que me permitisse ser independente. A minha veia artística foi suprimida em prole de um bem maior: um futuro com rendimentos no final do mês. E foi nessa altura em que suprimi a Adelaide... Aquela que voltei a encontrar quando senti que faltava algo de mim... Que ser engenheira, embora pagasse as contas, não me trazia a satisfação pessoal que eu sentia quando tinha uma caneta na mão, ou um microfone... Ou empolgada a ver a "Música no Coração" e sonhar ser a Maria Von Trapp.


Débora: O que diz o seu coração?


Adelaide: How do you solve a problem like Adelaide? How do you catch a cloud and pin it down? Engenharia para pagar as contas (enquanto der) e alimentar o corpo. Escrita para alimentar a alma... Música... No coração.


Débora: O que gostaria de dizer para finalizar esta entrevista?


Adelaide: Obrigada. Obrigada pelo convite. Obrigada por escutares. Obrigada por me leres. Obrigada por seguires os teus sonhos. E... Obrigada por existires. Grata.


Débora: Obrigada, muito sucesso para si!


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Foto: Concebida pela autora


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